quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DE QUEM É A CULPA?


Tragédia em Camaragibe
 O delegado de Camaragibe Roberto Geraldo indiciou o atendente do call center Compesa, Diego Henrique de Figuêiredo Lapa, 24 anos, por duplo homicídio culposo pela morte das duas estudantes Rubenita Vicente Carvalho da Silva, 17 anos, e Jaqueline Barbosa da Silva, 20, ocorrida em novembro do ano passado, no Loteamento Santa Mônica, em Camaragibe. As duas meninas morreram afogadas depois de cair em um buraco, de um cano mestre da Compesa, que tinha 2,7 metros de profundidade. De acordo com o delegado, no dia 22 de novembro, Diego atendeu o morador da localidade indentificado apenas como Fernando, que informou sobre o problema do cano mestre. No entanto, Roberto Geraldo contou que ao preencher o formulário, Diego não colocou que era uma solicitação classificada como urgente. “No formulário ele disse que era uma ocorrência de rotina”, ressaltou o delegado. 


Cratera deixada pela Compesa
  O advogado da Compesa Frederico Tavares disse que a companhia vai punir os culpados e que Diego deve ser afastado das de suas atividades. O indiciado é, na verdade, funcionário de uma empresa de call center que presta serviço para a Compesa. Diego deve responder em liberdade.
Com informações do repórter Raphael Guerra do Diário de Pernambuco.

NOTA DO SINDÁGUA:

O texto acima demonstra claramente que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. É inegável que o atendente Diego Henrique foi colocado com bode expiatório desta história nefasta, e que os verdadeiros culpados conseguiram sair incólumes desta irresponsabilidade.

Para aos funcionários da Compesa, me refiro aos operadores e outros funcionários “chão de fábrica” da empresa, fica o exemplo de que, devemos notificar no livro de ocorrências quaisquer irregularidades que aconteçam dentro dos reservatórios para que a responsabilidade não recaia sobre as nossas costas.

Falando dos operadores da Compesa, que trabalham em locais sem quaisquer estruturas decentes e sem segurança, é bom tomarmos o exemplo do que aconteceu com o telefonista Diego, pois se acontecer algum acidente com alguma criança que adentre em algum reservatório da Compesa que, por ventura esteja aberto, com certeza a culpa recairá sobre o lado mais fraco: o operador. Não importa de ele tenha ou não visto, ou se o reservatório não haja segurança, muro ou portão de contenção, sempre as diretorias e os chefes conseguirão se isentar da culpa e colocar toda a responsabilidade no operador que está de plantão.

Então a dica que o Sindágua deixa aqui para os operadores é a seguinte: tudo o que acontecer de anormal, seja relatado ao CCO, anotado no livro de ocorrência e comunicado imediatamente ao supervisor ou chefe direto. Caso haja algum problema, com certeza os operadores terão feito a sua parte, mas nada impede de ser, ainda sim, responsabilizado, como no caso do telefonista Diego.

A Associação Sindágua se solidariza com a causa do operador de telemarketing e também com as crianças afogadas nesta tragédia.


A DIREÇÃO

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