quarta-feira, 16 de março de 2011

Assédio Moral em Dois Irmãos


No último dia 12/03/2011, sábado, tivemos uma denuncia gravíssima divulgada na comunidade Op. De Sistemas 1, no site de relacionamentos Orkut. Trata-se de um desconforto trazido pela nova gerência de Dois Irmãos, na pessoa da Srª Raquel que resolveu que os operadores daquela gerência deveriam fazer um rodízio com a finalidade de aperfeiçoar, treinar, capacitar ou sei lá o que, o corpo de operadores daquelas unidades para quando solicitados, em caso de férias ou alguma outra situação em que fossem necessários para assumirem o posto em outro reservatório, estivessem aptos. A conversa foi gravada e divulgada na internet para que pudéssemos analisá-la.



A postura da Srª Raquel varia entre o sensato e o absurdo. Seu discurso usa uma técnica aparentemente boa para convencer, mas que não resiste as menores analises. Ela começa com um argumento sensato e depois aos poucos tenta dar razão ao absurdo que vai falar. Vejamos algumas frases da Srª gerente:
Raquel-“O que a gente faz é o que está previsto na norma: de horário, assiduidade, fardamento, limpeza. Tudo isso que vocês, melhor de que ninguém, quando assinaram o contrato já devem ter conhecimento. O que vai ser exigido de vocês é o que vocês se propuseram...”
O argumento parece ser coerente: Cumpra com o que você se comprometeu quando assinou o contrato! Um contrato é um ato bilateral, onde duas partes interessadas assumem responsabilidades mutuas, então cabe inquirir da mesma se os reservatórios onde estão os companheiros estão dentro daquilo que é OBRIGAÇÃO da empresa para conosco quando no ato da assinatura do contrato!
Outro detalhe é que, até onde entendi, ninguém foi lá para pedir para deixar de cumprir suas obrigações, mas para que diante das situações absurdas a que são submetidos os companheiros, houvesse uma flexibilização quanto a o plano mirabolante dela em se fazer um rodízio e ser inflexível no horário estipulado por ela pára que pudessem cursar seus cursos superior.
Raquel-“Essa nova turma... tem um grau de escolaridade até bem acima do exigido... o que eu quero de vocês, e nisso eu sou taxativa, é que vocês priorizem a compesa... o operador não trabalha o período todo... é diferente de quem trabalha no escritório que passa as oito horas efetivamente fazendo alguma coisa...”
Não é a primeira pessoa que faz menção a “essa nova turma”,”de três anos para cá” e “tem um grau de escolaridade acima do exigido” e todas essas expressões vêm acompanhadas com um tom de que estamos pedindo, exigindo coisas que não são o nosso direito! “Desconheço o operador que tenha dito qualquer coisa do tipo:” Tenho que ganhar R$ 2.000,00, pois estou cursando o último período da faculdade de ....” Tudo aquilo que vi a categoria pedir foi aquilo a que fazem jus.
Outro detalhe importante é que em momento nenhum se questiona a comissão a que faz jus um gerente, coordenador... Para ficar a disponibilidade da companhia. É justo que recebam, ainda que se nunca forem solicitados e isso não indicará falta de compromisso com a companhia por que tal gerente estava dormindo em casa e recebe para estar “online” 24h. Logo, há mérito total do operador que compromete seu dia e horário para ficar a disponibilidade da empresa em locais com uma péssima estrutura. Eles comprometem seu dia para ficar disponível e em caso de qualquer anormalidade no sistema agir para que a população sinta de forma menos prejudicial os impactos de qualquer problema no sistema de abastecimento. O que ocorre é que muitos desses chefes acham que os operadores recebem um favor da empresa ao ter seus salários depositados no fim do mês; É como que saíssem de suas casas para um lazer, o que é um tremendo engano. Se for para receber favores que seja em casa e aí ninguém vai reclamar. Então, ver os companheiros como descomprometidos com a companhia só por que suas rotinas às vezes não são frenéticas, loucas, corridas ao extremo... é um tremendo absurdo!
Já quanto à frase: “... é diferente de quem trabalha no escritório que passa as oito horas efetivamente fazendo alguma coisa...” só posso dar risadas! Não que os companheiros do administrativo sejam ociosos, mas há momentos que a única coisa a fazer e jogar umas Copas, Solitário... jogos do Windows!
Raquel-“A escala de trabalho é um documento oficial e tá lhe resguardando... qualquer acidente que houver, esse documento oficial, ... você tá resguardado naquele horário...se eu trabalho, eu tenho que priorizar meu trabalho...”
Operador- “...Ajustar oficialmente... a gente manda pra... e ela oficializa... o que a gente queria era a possibilidade de discutir entre os três, aí dizia pra você( O operador é interrompido pela Srª Raquel) ”
Raquel- ”Não! Isso aí EU NÃO ACEITO NÃO!”
O argumento da gerente parecia bom ao demonstrar os problemas reais que podem advir de trocas de horários, plantões sem comunicação e tenho que dizer que ela estava com razão! Mas, o que dizer quando o companheiro propõe que essas trocas sejam comunicadas, estando todos os da unidade em acordo? Ela foi enérgica e taxativa ao dizer um sonoro NÃO! A mesma em trecho anterior desta gravação diz que o operador tem direito de estudar, mas se opõe a qualquer tentativa de se organizar escala para que isso seja possível. Srª Raquel, por que tanta resistência em flexibilizar as escalas?
Há muitos absurdos que todos poderão conferir ouvindo a gravação, mas consideremos mais alguns para não sermos muito cansativo:
O Rodízio
Não obstante todas as tentativas de se justificar o rodízio que propôs, a mesma demonstra desconhecer a realidade dos operadores. Não sabe dos pedágios que temos que pagar aos viciados para trabalhar todas as vezes que somos transferidos. Seu rodízio preocupa-se com a segurança das mulheres, o que não somos contra, mas não dá a mínima para a dos homens! Então, preocupação ou favoritismo? Não temos estruturas dignas nem de animais, se o IBAMA fosse lá não deixaria criar animais sob tais condições, aí os operadores melhoram seus locais de trabalho, tiram do bolso para criar alguma estrutura e do nada vem a dona da verdade e da razão e vê o que ninguém vê. Srª Raquel, não duvido do compromisso que os demais trabalhadores tem com a companhia, mas não há força moral em qualquer gestor para questionar os esforços e compromisso dos operadores com essa empresa. Visite-os à noite! Tenho certeza de que na maioria destas estações a Srª não conseguirá chegar após as 18h00min de tão arriscado que é. Há lugares que nem a polícia entra após as 17h00min e lá estão os heróicos Compesianos exercendo suas atribuições, fazendo manobras em lugares sem a menor segurança. Não fale em resolver os problemas de quem vai ser transferido sem antes falar com eles, saber os Pros e Contras. A RMR não é o interior  que os companheiros podem passar a noite com as portas das estações abertas sem maiores preocupações se quiserem. Aqui há problemas sociais, mas parece que a Srª está distante de nossa realidade.
O rodízio além de tudo é ilegal por ferir o item 12.17 do edital onde lemos: “O candidato admitido no Concurso não poderá ser transferido da unidade operacional onde for lotado para qualquer outra, antes de completados 05 (cinco) anos da sua contratação, bem como não poderá executar atividades diferentes daquelas previstas para o emprego que estiver ocupando.” E ainda se conjugarem simultaneamente a FINALIDADE+ OFENSA AO PRÍCIPIO DA IMPESSOALIDADE o ato de transferência estará viciado e poderá ser anulado pela própria empresa, caso isso não ocorra o funcionário que estiver sendo prejudicado poderá acionar o Judiciário.

Como exemplo prático proponho a seguinte situação hipotética:" Existe uma Unidade em Caruaru que está operando apenas com dois funcionários, pois um pediu exoneração para tomar posse em outro cargo inacumulável. Como meu superior está chateado comigo por eu ter me recusado a obedecer a uma ordem manifestadamente ilegal ele decide que eu, que moro em Pontas de Pedras/Goiânia irei para lá para que eu aprenda a respeitar meu superior"
Ora, essa seria uma clássica situação em que conjugam-se a finalidade, que é a satisfação do interesse público, e o vício na impessoalidade, pois a ação de transferência desse funcionário tem como base questões pessoais de seu superior, não buscou-se saber se havia um funcionário mais próximo que pudesse atender com menos esforço a está necessidade.
Trouxe o exemplo para uma situação tão gritante com o fim de esclarecer, mas deixo claro que a transferência de setor ou mesmo de unidade para outra unidade vizinha encontra-se na mesmo escopo e goza das mesmas prerrogativas que teria o funcionário na situação descrita mais acima.

O assédio Moral
Toda postura dessa gestora já demonstra assédio moral, mas a coisa chega ao absurdo de ouvir a coação dela de ser possível transferir o cooperador para uma unidade no interior sob a alegação da necessidade do serviço, o que é uma forma de ameaçar os companheiros, além de ser ilegal como demonstrado acima. A coisa ainda tomou tom depreciativo quando o Sr. José Carlos desmereceu os companheiros referindo-se a eles como meros “Vigias de Bomba”.
Esta postura além de assediadora parece estar na contramão dos conceitos de gestão apregoados pela empresa, que seria o de valorizar o corpo funcional da companhia, que criou uma “ferramenta”, ainda que muito criticada, para avaliar e premiar o esforço dos companheiros. É hora do Sr. Roberto Tavares chamar a atenção de tal senhor e sua chefia imediata, a Srª. Raquel que fez pouco caso das ofensas proferidas pelo José Carlos, para o fato de estarem destoando do discurso adotado pela diretoria a não ser que seja partidário dos absurdos proferidos por tal gerência.

A categoria está de olho e não deixará passar em branco tais fatos! Aconselhamos aos assediadores que cometeram tais atos que se retratem com os funcionários para a manutenção do bom andamento e manutenção do ambiente de trabalho. No demais, aguardem a notificação judicial!

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